De mãos vazias
Ofereces-me cada silêncio,
como quem oferece uma prenda,
propositada,
escolhida e embrulhada
especialmente para mim...
E eu, desembrulho-os, assim,
um a um, calmamente,
da forma mais doce que sei,
sem rasgar o papel,
sem estragar os laços,
que guardo cuidadosamente,
como recordação
de tudo o que nunca me deste,
e de tudo o que, sem pedir nada, te dei.
como quem oferece uma prenda,
propositada,
escolhida e embrulhada
especialmente para mim...
E eu, desembrulho-os, assim,
um a um, calmamente,
da forma mais doce que sei,
sem rasgar o papel,
sem estragar os laços,
que guardo cuidadosamente,
como recordação
de tudo o que nunca me deste,
e de tudo o que, sem pedir nada, te dei.
Foto retirada de http://olhares.aeiou.pt
22 Comments:
Quando eu for grande, quero escrever como tu!
Lindíssimos os teus textos... é um prazer ler-te. Sempre. :)
**
Margarida, obrigada... :) Um beijinho meu.
Oferecer o ar, talvez. Apenas ar. E receber.
Lorenzo, é como dizem os outros especimens felinos e mal cheirosos, "o ar é de todos!" :) Beijinhos
Tãooo bonito. Mesmo.
Um bj,
Pi, muito obrigada :) Beijinhos
E nunca deitas os laços fora?
cansei-me de desembrulhar silêncios
o seu número foi crescendo no meu peito
ocupando espaços com vazios
esvaziando lugares cativos para ganhar terreno
cansei-me da fantasia do papel
da diversidade de laços
da etiqueta em branco...
sem remetente!
numa caligrafia invisível o teu nome
que só eu lia!
e o conteúdo do silêncio variava
no tempo
no espaço
na cor
alterando a temperatura do meu corpo
estreitanto a largura do meu sorriso
fechando o tamanho do meu abraço
apertando-me o peito a cada presente
a cada ausência de futuro
cansei-me de desembrulhar silêncios
juntei todos os papeis que fui guardando
rasguei-os num grito
que enrolei nos laços, para te enviar
um beijo, nuvem
luísa
Susana, eu tenho a mania de guardar essas coisas, e depois para deitar fora é um castigo... :) Beijinhos
pin gente, obrigada pela partilha do bonito poema. Espero que tenha sido inspirado do meu, senão ainda me acusas de plágio e eu juro que estou inocente! :) Beijinhos
claro que estás!
a prevaricadora sou eu.
beijinhos
Ai os silêncios! Tão expressivos no seu nada dizer! Tão necessários. Mas tão dolorosos quando sem conteúdo, sem sentido, sem futuro...
Um morango com chocolate em vez de beijo. Hoje, para variar.
Bons textos! Boa escrita..gostei!
Nuvem... e impossível descrever o preciosismo do que acabas de escrever. Esta simplesmente lindo... Beijinho
Sabes as vezes que eu,
Venho ao teu blog,
Leio,
E não consigo nada para dizer?
Não sabes.
Mas eu sei.
E digo-te que isso acontece,
Quando a perfeição do texto é de tal forma atingida,
Que qualquer palavra mais de acréscimo,
Peca por excesso!
E por isso nada encontro para dizer,
Saindo em silêncio.
Esta ia ser uma vez mais uma situação dessas.
Ia! Porque agora, deixou de ser!
Beijo Meu.
adorei a foto.
ò miga, onde é que tu aprendeste a juntar as palavras assim de forma a fazerem tanto sentido e serem tão belas que me deixam a mim sem capacidade de as comentar?
:) Eu sei, é um dom!
Beijinhos uinda
pin gente, ainda bem que esclarecemos esse ponto :) Beijinhos
Donagata, isso do morango com chocolate pareceu-me muito boa ideia. Eu sou a modos que maluquinha por morangos... chocolate, nem vale a pena dizer nada, ´né? Beijinhos de chantilly, que fica aqui mesmo a matar!
Pedro, obrigada. Espero ver-te por cá mais vezes.
Nuno Tavares, fico feliz por teres apreciado tanto :) Beijinhos
Brain, olha, quem ficou sem saber o que dizer fui eu. Obrigada, de coração :) Beijos
Pulha Garcia, obrigada pela visita e pelas palavras deixadas. Espero que vás passando por cá, mesmo que seja só para veres as fotos :)
Eu, do alto do meu salto, oh... que linda que tu és... Obrigada e um beijo do tamanho do mundo para ti, amiga do meu coração :)
É verdade, há dias em que nos sentimos assim... de mãos vazias, hoje é um deles... E as vezes dói mais o silêncio do que uma palavra fria. beijinhos para ti nuvem
Os silêncios que me deixaste fervem-me no sangue entre a corrente que de tempestade em tempestade turva o caminho. Os meus passos cansam-me nas memórias roucas da tua partida. O enorme olhar da paixão sobe-me pelo corpo arrepiando-me os versos nas trémulas vertigens que me devolvem a morte a cada novo dia. E depois perco-me. E aí sei que te encontro. Que entre cada ida e vinda há uma nova onda que se forma e que saberá adormecer no teu leito. Como uma praia que se eterniza na saudade...
fiquei sem perceber se gostas desses silêncios...
Nuvenzinha, outras vez estás a espalhar meus segredos para toda a gente? Tudo bem, não te pedi segredo, hahaha...
Perfeito, querida, esse eu vou guardar com um carinho imenso, porque tenhos vários silêncios que ganhei, assim guardados, assim embrulhados, assim a mim oferecidos...e não gostei, mas nunca devolvi o presente.
Beijocas doces cristalizadas, e um excelente domingo!!!;o*
Patrícia, beijinhos também para ti :)
Pedro Branco, inspirações do silêncio... Belas como sempre. Obrigada e um beijo.
Intruso... :) Beijos
Amor amor, podia haver prazo de devolução para os silêncios, não era? :) Beijinhos
Carpedieminloveman, espero que isso seja um sinal de que gostaste :) Beijos
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