A Queda
Eu não queria amar-te. Foste tu o culpado por tudo o que aconteceu. Foste tu, com os teus olhos, com a tua voz, e eu fui caindo cada vez mais fundo dentro desse poço escuro que és. Tu sabias o que ia acontecer. Tu soubeste desde o início. Tu sabias que não havia água dentro de ti. Tu sabias e deixaste-me cair. Empurraste-me até ao limite da loucura. E quando atingi o chão dentro de ti e me parti em pedaços que voaram em todas as direcções, gritaste-me, enraivecido. Mas eu já não te ouvi. Não te lembraste que eu era feita de vidro translúcido. Não te lembraste que eras mortal.
Fotografia gentilmente cedida por Rui Matos.
2 Comments:
Dolorosa, esta queda. São difíceis os tempos que vivemos...
Beijo, Ruth.
Todas as quedas são dolorosas... mas mais doloroso ainda, por vezes, é voltarmos a erguer-nos, colarmos os pedaços... Um beijinho, Maria.
Enviar um comentário
<< Home