A Janela
Pé ante pé, aproximou-se da janela. Sabia que ali dentro estava segura, que nada de mau podia acontecer-lhe, ainda que isso implicasse não ver o mundo lá fora, mas a vontade de saber o que se encontrava do outro lado falava mais alto. O seu coração palpitava e a voz não saía, mesmo que quisesse falar... estava fechada há horas, meses, anos, uma eternidade... uma eternidade que podia acabar agora, com aquela janela aberta, com as cores fortes da realidade a inundar aquela sala, aquele canto onde há tanto tempo se fechava em si própria. Uma mão, depois a outra... com coragem abriu a janela e deixou entrar os gritos das cores e sair a voz antes calada.
Quadro: "Open Window" de Henri Matisse (1905)
6 Comments:
gostei!
devias escrever mais...tens jeito com as palavras...
*
Sempre escrevi muito, apenas nunca tive oportunidade de mostrar o que escrevo. Mas prometo que agora o vou fazer :) Obrigada pela força! :D
Lindo utzi...mesmo...
Obrigada Esteleve, são as pessoas lindas por fora e por dentro como tu que me inspiram :)
Gostei muito. E fizeste-me lembrar da sementinha, de Alves Redol. A personagem principal de um de meus livros preferidos.
Sabes? são estas pequenas coisas que enfeitam nossa vida. Obrigada!
Ainda bem que gostaste just an ordinary girl :)
Beijos para ti.
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