quinta-feira, 13 de julho de 2006

Borboleta


Bateu as asinhas, devagarinho, como piscares de olhos ao nascer do sol. Procurou um lugar para pousar, mas eram tantos os cheiros e as cores das flores que a olhavam com as pétalas abertas de espanto, que não conseguia decidir-se. Até que a viu. Viu-a e amou-a no mesmo instante. Sabia que a sua existência era breve, como um suspiro. Sem mais demoras pousou nela. E ali ficou até ao dia em que as suas asas deixaram de bater e os seus olhos se encheram dela pela última vez.

5 Comments:

Blogger carteiro said...

E quando as suas asas deixaram de bater ela estava feliz, isso sim, é muito importante. Atingiu uma meta, aproveitou-a e amou-a até poder.
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7/13/2006  
Blogger Ana said...

Adoro a beleza e a fragilidade das borboletas...

7/13/2006  
Blogger ruth ministro said...

The postman, também acho que isso é o mais importante. *

Ana, concordo contigo, as borboletas sã muito delicadas, acho que é isso que as torna tão belas. Beijos

Isa, gostei da metáfora :) obrigada e beijos para ti.

7/14/2006  
Blogger just me, an ordinary girl said...

Costumo dizer que me acho parecida com as borboletas, pq qd as pegamos ficamos com um pouco da cor das asas delas nas nossas mãos...

Gostei tanto de teu texto, utzi!!

Um beijinho

7/14/2006  
Blogger ruth ministro said...

Just an ordinary girl, sabes que quando pegamos nas asas da borboleta estamos a tirar-lhe instantes de vida?... Eu soube disso quando tinha aí uns cinco anos, e adorava andar a brincar com esses "anjinhos dos jardins", como diz a Isa calixto. Como tinha pegado já em várias, quando me explicaram fartei-me de chorar... nunca mais peguei numa borboleta... :) beijos, ainda bem que gostaste do post.

7/17/2006  

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