"A vida é a contemplação daquela nuvem.
E o mundo
uma forma de passar, que inventamos
para não ver que o mundo não é o mundo,
mas uma nuvem passando."
António Brasileiro
segunda-feira, 28 de maio de 2007
Gritos
Falamos mais alto para que nos oiçam, Gritamos, Uma e outra vez, Repetimos o gritoaté gastarmos a voz...
Mas nunca procuramos novas palavras...
... Talvez se o fizéssemos, um breve sussurro bastasse.
Quando gritamos tendemos a não ouvir o que nos dizem! Os outros têm tambem vontade de gritar! Quanto mais baixinho se fala, melhor escuta o coração; e na maior parte das vezes asta um olhar para dizermos tudo!
Não deveria ser necessário gritar para nos fazermos ouvir. Nem mesmo sussurrar... Por vezes basta um gesto, uma expressão, para perceber que algo não está bem. Mas, com as palavras são mais fáceis, muitos de nós já perderam a capacidade de interpretar.
Quando estava a ler o poema, ocorreu-me um problema que por vezes surge com professores: quando um aluno não percebe a mensagem que querem transmitir, em vez de o professor a reformular por outras palavras, simplesmente repete o que disse usando exactamente as mesmas palavras. Por vezes resulta: a simples repetição dá ao aluno nova oportunidade de pensar no que é dito, e pode acontecer que à segunda vez consiga compreender. Mas geralmente não resulta. Há então que reformular o que é dito por novas palavras.
Bem, isto tem algo a ver com os dois pontos do teu poema: a repetição (primeiros quatro versos) e a reformulação (últimos dois versos). Embora pareça-me que não estás a referir-te às relações professor-aluno. :-)
Jaime, de facto este texto não se baseava propriamente na dialética professor/aluno... ainda que eu concorde perfeitamente com o que disseste. Esse é um dos maiores problemas da transmissão "unilateral" de conhecimentos, que é a que o nosso sistema de ensino ainda alimenta. Dá-se pouca atenção ao feedback dos alunos e muito menos à reestruturação das idéias transmitidas aos mesmos. O processo de repetição sem compreensão, apenas origina a memorização (na memória de curto ou médio prazo) que em nada é favorável à aprendizagem propriamente dita, visto que não há integração dos conhecimentos nos esquemas mentais mais complexos... são como que peças soltas que daí a uns dias acabam por cair... enfim, grande dissertação heheheh ;) Beijinhos!
Filipa, de facto são os sentimentos que por vezes distorcem as nossas palavras, quando os usamos de uma forma "desarrumada", mas são também eles que nos permitem, quando bem geridos, encontrar novos significados para essas palavras e até mesmo novas palavras... :)
15 Comments:
Um sussurro...
É tudo!
Beijo.
Precisamos tanto de inventá-las... :)
*
Quando gritamos tendemos a não ouvir o que nos dizem! Os outros têm tambem vontade de gritar! Quanto mais baixinho se fala, melhor escuta o coração; e na maior parte das vezes asta um olhar para dizermos tudo!
Cheguei aqui por indicação da Dawa e gostei do que vi.
Parabens pelo blog.
Bjos e uma ótima semana!
Um sussurro, quando preciso, quando sentido,
é mesmo TUDO.
Simples e fantástico, Utzi, como sempre.
Beijo.
Não deveria ser necessário gritar para nos fazermos ouvir. Nem mesmo sussurrar...
Por vezes basta um gesto, uma expressão, para perceber que algo não está bem.
Mas, com as palavras são mais fáceis, muitos de nós já perderam a capacidade de interpretar.
Beijos.
Gostei do blog é muito giro parabens;)
Brain, pode ser... :)
Constança... se precisamos... todo um novo diccionário por vezes ainda seria pouco... Beijinhos :)
A., concordo plenamente :) Beijinhos
Cin, obrigada pela visita e pelas palavras. Espero que regresses. Beijo :)
Putty cat... antes fossem mais os sussurros do que os gritos... Beijinhos :)
Lenin aka jr, sem dúvida... Beijinhos
Espirito da lua, obrigada :) Volta sempre que te apetecer. Beijo
Quando estava a ler o poema, ocorreu-me um problema que por vezes surge com professores: quando um aluno não percebe a mensagem que querem transmitir, em vez de o professor a reformular por outras palavras, simplesmente repete o que disse usando exactamente as mesmas palavras. Por vezes resulta: a simples repetição dá ao aluno nova oportunidade de pensar no que é dito, e pode acontecer que à segunda vez consiga compreender. Mas geralmente não resulta. Há então que reformular o que é dito por novas palavras.
Bem, isto tem algo a ver com os dois pontos do teu poema: a repetição (primeiros quatro versos) e a reformulação (últimos dois versos). Embora pareça-me que não estás a referir-te às relações professor-aluno. :-)
tenho que concordar. dizemos tantos disparates quando gritamos e por vezes uma simples palavra sussurrada vale muito mais :)
*
Jaime, de facto este texto não se baseava propriamente na dialética professor/aluno... ainda que eu concorde perfeitamente com o que disseste. Esse é um dos maiores problemas da transmissão "unilateral" de conhecimentos, que é a que o nosso sistema de ensino ainda alimenta. Dá-se pouca atenção ao feedback dos alunos e muito menos à reestruturação das idéias transmitidas aos mesmos. O processo de repetição sem compreensão, apenas origina a memorização (na memória de curto ou médio prazo) que em nada é favorável à aprendizagem propriamente dita, visto que não há integração dos conhecimentos nos esquemas mentais mais complexos... são como que peças soltas que daí a uns dias acabam por cair... enfim, grande dissertação heheheh ;) Beijinhos!
Nelinha, sem dúvida... :) Beijinhos
Utzi, és psicóloga? A tua "dissertação" tem um palavreado que me lembra a disciplina de Psicologia.
Jaime
www.blog.jaimegaspar.com
Oh Jaime... pois tá claro... essa tua memória anda como a dos alunos... hehehe :) Psi com muito gosto! Beijinhos
:)
só que às vezes, para se mudarem as palavras é preciso mudarem os sentimentos que as criam em nós...
Filipa, de facto são os sentimentos que por vezes distorcem as nossas palavras, quando os usamos de uma forma "desarrumada", mas são também eles que nos permitem, quando bem geridos, encontrar novos significados para essas palavras e até mesmo novas palavras... :)
Beijinhos e volta sempre.
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