O teu abraço

Tenho medo.
Tenho o corpo dorido da vida,
Das tristezas,
De cada despedida,
Tenho o sangue ainda por secar
A arder em cada ferida,
E pesa-me o cansaço
Dos dias,
Das noites,
Das horas vazias,
Da voz da solidão
Ecoando entre paredes e chão...

Tenho frio.
Tenho a alma cheia do nada
Desta ausência gelada de tudo o que há,
De tudo o que existe,
Esse tudo que cabe inteiro num pequeno espaço
Que nas minhas memórias ainda persiste...
O teu abraço.

Imagem retirada de: http://blogantes.blogspot.com/2005_06_01_archive.html