Estou só
Estou só.
No meio de papéis marcados pela tua existência,
Perdida na desarrumação das gavetas remexidas
Na busca ansiosa de memórias esquecidas,
De pedaços teus...
Sinto-te a falta nos objectos que toco,
Aqueles, que falavam de ti...
Se soubesses como estão inanimados,
Tristes e calados,
Nunca mais os ouvi...
Quedaram-se em silêncio desde a tua partida,
Acho mesmo que se zangaram,
Que se revoltaram,
Por teres ido assim,
Sem aviso, enfim,
Por não lhes teres dito uma palavra de despedida.
Quando te foste,
Levaste contigo mais do que malas,
Levaste-lhes para sempre as falas...
E a mim deixaste-me um nada,
Um vazio de saudade e solidão...
E coisas sem vida espalhadas pelo chão.
Imagem retirada de http://www.deviantart.com
Perdida na desarrumação das gavetas remexidas
Na busca ansiosa de memórias esquecidas,
De pedaços teus...
Sinto-te a falta nos objectos que toco,
Aqueles, que falavam de ti...
Se soubesses como estão inanimados,
Tristes e calados,
Nunca mais os ouvi...
Quedaram-se em silêncio desde a tua partida,
Acho mesmo que se zangaram,
Que se revoltaram,
Por teres ido assim,
Sem aviso, enfim,
Por não lhes teres dito uma palavra de despedida.
Quando te foste,
Levaste contigo mais do que malas,
Levaste-lhes para sempre as falas...
E a mim deixaste-me um nada,
Um vazio de saudade e solidão...
E coisas sem vida espalhadas pelo chão.
Imagem retirada de http://www.deviantart.com
40 Comments:
Nuvem
Olá
Já mais uma pérola nova?
Amei este poema.
Tremendamente bem escrito.
É uma delícia e um prazer ler poesia assim...
Parabéns.
Sinceramente gostei muito.
Beijinhos amendoados;)**
São estas as ausências que mais marcas deixam: as que deixam saudades acompanhadas de pequenos nadas, palpáveis embora,que ficam por alí, perdidos e sem vida.
É um prazer ler-te.
beijinhos e veludinhos
Não estás só, juntaste-te às marcas da ausência, deitaste-te junto dos passos do que ainda reside no teu olhar...
O tempo corre e tens de correr a seu lado em busca de um outro olhar tão intenso e profundo...
Recolho cada lágrima da solidão na esperança de conseguir construir um rio. Uma corrente que me banhe as margens das ausências e se brilhe por entre as ternuras da fonte. Sim, da fonte que em mim brota de cada vez que te vejo. Mesmo que dentro de mim e só...
Querida,estas gotas em forma de palavras que caem da tua nuvem são transparentes que nem cristais...É assim que absorvo cada um delas,e me deixo encantar uma vez mais!
Beijinho e boa páscoa para ti minha querida,:)*
Passei por aqui só para deixar um beijinho de Boa Páscoa... e pronto! Mais uma obra de arte...
Olá Nuvem...
Seu cantinho é muito aconchegante... adorei e com certeza voltarei mais vezes...
Aproveito para te desejar uma Feliz Páscoa
BEIJO COM CARINHO
Um bom dia mundial da poesia, doce poetisa! :)
O poema mais bonito que li hoje (e li bastantes). Que forma excelente de comemorar este Dia mundial da Poesia!
Um beijo e uma boa Páscoa.
Fico sempre assim...Tipo congelado à frente das tuas palavras. Nuvem, muito bom.
Um beijo.
Parabens Utzi, por todos os momentos que me fazes sentir com essas palavras que nos "dás". um beijo
http://me-and-my-heartbeats.blogspot.com/
É verdade, Nuvem, não é só a gente que sofre, parece que os objetos ficam ainda mais inanimados com certas ausências. Parece que o tempo fica da cor do ar, e o ar perde o frescor da velocidade do tempo...
Parabéns, minha linda, um poema lindo, do seu jeito mais puro, mais sentido..
Beijos doces cristalizados!!! :o*
Joseph, muito obrigada :) Mesmo! Afinal, tu és um leitor difícil de agradar. Beijos
Blue velvet, minha querida, o prazer é todo meu, por ver as minhas palavras serem lidas e apreciadas por ti. Mil beijinhos
Rui caetano, obrigada pelas palavras. Um beijo para ti
Pedro branco, já sabes que gosto muito de te ler. Obrigada pela visita e pelo poema aqui delicadamente pousado. Beijo
Ana, tu estragas-me com elogios :) Obrigada, de coração. Mil beijinhos e uma Páscoa tão docinha como tu.
Nuno tavares, obrigada! Uma Boa Páscoa também para ti. Beijinhos
Sonho e sedução, obrigada pela visita e pelas palavras deixadas. Fico à espera de um regresso em breve. Beijos
Maria João, és um amor. Obrigada por te lembrares de mim neste dia, fiquei verdadeiramente sensibilizada. Mil beijos, querida bailarina :)
Donagata, a sua generosidade não tem fim. Agradeço de todo o coração o elogio que não mereço. E, sobretudo, agradeço o facto de, neste dia, ter vindo ler as minhas palavras... Honrando-me com as suas. Mil beijos
Narrador, espero não ser responsável por uma constipação! :) Beijo e muito obrigada
Heartbeat, obrigada pelas gentis palavras. Fico feliz por saber que as minhas palavras são "sentidas". Beijos
Carol barcellos, e o teu comentário também foi poesia... :) Mil beijos, querida, e obrigada!
Querida Nuvem,
vim deixar-te os meus desejos de uma Santa e Feliz Páscoa.
muitos beijinhos e veludinhos
Entendo bem o que faz os objetos, mais do que nunca, tornarem-se inanimados. Tudo tornar-se abstrato, perder forma e fala.
Mas isso permanece até o dia em que criamos vergonha na cara e começamos a juntar os cacos do chão e reagrupá-los, criando novamente uma imagem. Nem sempre perfeita logo de cara, mas ao menos, deixa de ser deformada.
Lindíssimo texto, Nuvem!
Boa páscoa pra tí.
Bjos, querida!
A ausencia é uma marca na pele da alma que nunca, nuca passa.
bjo Nuvem
Não sei se é pessoal, querida Nuvem, esse período de luto pela perda, que você transformou nesse belo poema. Você conseguiu transmitir em palavras como a dor física da saudade se une à dor da alma.Dói muito, um dia passa e fica só a nostalgia.Beijo de cacau brasileiro porque hoje é Páscoa.
...e em cada objecto; em cada lugar; em cada poema; em cada filme; em cada música; em cada noite... continuam lá, para sempre.
Lindíssimo texto.
Adoro parar na tua nuvem, sempre!
Bjs*
Blue, um beijo enorme para ti :)
Karina, é verdade, há um tempo para tudo... :) Mil beijos, querida, e obrigada :)
As velas ardem até ao fim, algumas não passam mesmo... Beijos, muitos :)
Annerita, obrigada pelas belas palavras e pelo beijo de cacau brasileiro :) Amei. Beijinhos
Ytmo, e eu gosto muito de te ter por cá :) Obrigada, beijos
A lembrança de algumas pessoas fica para sempre em nós e em tudo o que tocaram. Acredito que os objectos continuam a falar mesmo quando a ausência se impõe.
Belíssimo poema!
A lembrança de algumas pessoas fica para sempre em nós e em tudo o que tocaram. Acredito que os objectos continuam a falar mesmo quando a ausência se impõe.
Belíssimo poema!
a vida é uma quantidade de coisas espalhas pelo chão...e não só...revê-las é viver, com ou sem dor.
cheers.
Ontem enquanto assistia a um show em DVD de um cantor brasileiro, à certa altura ele diz: "o poeta, o compositor, nada produziriam se não fosse a dor do sofrimento". Será mesmo?
Com dor, ou sem dor (é um cacófago, eu sei, forma a palavra condor, uma ave de rapina dos Andes) o poema é muito bonito.
Beijos!
Maria laura, concordo em pleno. Mil beijinhos para ti
Francis, pela primeira vez um comentário sério. Gostei. Tu quando queres até dizes coisas bonitas :) Beijo
Oliver, concordo com o cantor em causa. E a dor pode ser presente ou evocada do passado. Também pode ser extrínseca - motivada por um acontecimento externo, passageira - ou intrínseca - interna, alimentada por traços de personalidade, mais profunda. Em ambos os casos, eu refiro-me ao sentimento que leva ao impulso da escrita como um "estado de alma", umas vezes mais doloroso ou melancólico, outras mais nostálgico, outras ainda alegre... Todos os sentimentos dignos de serem sentidos, bons ou maus, arrebatadores ou tranquilos, são inspiração para a poesia :) Beijos
"E coisas sem vida espalhadas pelo chão."
Por vezes temos que ser nós a dar nova vida a essas coisas que insistem em ficar espalhadas pelo chão. Esses objectos que guardam as memórias de quem foi sem se despedir. E preencher o espaço ocupado que foi ocupado pelo vazio.
É sempre um prazer fazer uma paragem nesta nuvem ;)
Beijinhos
João
Lenin, é sempre um prazer ter-te por cá. Obrigada e um beijo :)
esforcei-me...
Gosto cada vez mais desta nuvem que se revela a cada crepúsculo
Francis, eu sei, até te cansaste e tudo que eu sei que tu não és menino de grandes esforços. Vê lá o coração hehehe :) Agora a sério, obrigada. Beijo
Contornus, a admiração é recíproca. Beijos
Mulher,
que poema lindo. Cheio de imagens que falam do não falar, do olhar que não mais se escuta, da ausência que se acentua na presença de objetos....
Muto bom te ler hoje.
Beijos
Jacinta
"Resquícios de nós",
Tão bem,
Descritos por Ti!
Um Beijo meu.
Jacinta, muito obrigada. Muito bom ter-te por cá também... Beijos
Brain, obrigada :) Beijos
Olá,
os ares outonais da Jacinta me deixaram nesta nuvem para alegrar minha alma com tão belos poemas!
Um abraço desde o outro lado do Atlântico.
Zeca, obrigada pela visita e pelas simpáticas palavras deixadas. Volta sempre. Beijo
uma vida espalhada em pedaços pelo meio do chão...boa altura para pensar, boa altura para recomeçar.
Impressionante a capacidade de algumas pessoas de partirem e LARGAREM tudo o que disseram, prometeram e fizeram... Como se o "trabalho" deles tivesse acabado por ali... Como se falar ou dizer "Vou-me embora" seja qual for o motivo, fosse desculpa para a falta de responsabilidade.
Li hoje, num blog a seguinte frase:
"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."
NÃO É ISTO VERDADE??????? Se alguém te cavita, passa a ter responsabilidades para contigo... Acredito nisto piamente...
***MUAH***
Pedaços de vazio feitos de silêncio, sem cor nem cheiro.
Muito bonito!
1 Beijo
Xisko the kid, a vida é feita de recomeços, não é? :) Beijo
Ineves, tens razão... Um beijo
Alias, obrigada e um beijo :)
Nuca se deixa vazio, as memorias são preciosas, são elas que nos fazem ser aquilo que somos. Por isso as saudades.
Mas.... nada de preguiça apanha lá as coisas do chão, ha sempre quem queira ver o brilho do teu coração ,)
bju
Edu, concordo, eu também não quereria perder as minhas memórias. São, realmente, parte daquilo que somos. Ainda que, tal como nós próprios, também elas vão sofrendo o desgaste do tempo, vão envelhecendo, perdendo a cor... Beijo
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