quinta-feira, 13 de novembro de 2008


Há qualquer coisa na textura deste dia, qualquer coisa de áspero, que magoa a pele. Há palavras a roçar-me os lábios e a deixá-los secos. Há um vazio peganhento dentro de mim, determinado a entranhar-se no meu coração. Há imagens do teu rosto reflectidas no silêncio. Há suspiros nossos pendurados nas bordas dos lençóis e pó das nossas noites em cima dos móveis do quarto. Há sonhos meus desfeitos no chão. Há uma lágrima que morreu sem sequer ter nascido. Há restos de perfeição no caos que deixaste atrás dos teus passos. Há ainda um pouco de ar, que respiro para poder acabar este poema.

18 Comments:

Blogger margarida said...

Lindo. *

11/13/2008  
Blogger CLÁUDIA said...

Adorei Nuvem. Como sempre.

Apesar de gostar muito de poesia, a prosa tem essa capacidade de me enredar e enfeitiçar mais ainda!

Beijinho. ***

11/13/2008  
Blogger Romeu said...

Refeita da apneia?
Brilhante como sempre.

Jinhos

11/13/2008  
Blogger BlueVelvet said...

Perfeito.
Beijinhos

11/13/2008  
Blogger antonio ganhão said...

Uma ausência pode encher a nossa vida de pequenos nadas, que acabam por ser tudo, porque talvez só nos interesse o lado que nunca chegou a deixar-nos.

11/13/2008  
Blogger fairybondage said...

que lindo...
A poesia transborda das palavras... e rouba as minhas para d(escrever)!!!

MIl beijinhos

11/14/2008  
Blogger Arménia Baptista said...

Que bela descrição!...Muito bonito.

11/14/2008  
Blogger as velas ardem ate ao fim said...

Lindissimo.

Só tenho pena de chorar tanto.

um bjo

11/14/2008  
Anonymous Anónimo said...

Como sempre perfeito! quem fica sem ar somos nós ao ler-Te.
:)

11/14/2008  
Blogger Mi said...

Há sempre esse restinho de ar: basta que o inspiremos como se fosse o último restinho e vivamos os momentos que o seguem como se acabassem com a expiração seguinte... ainda que venham muitos mais ciclos daí em diante!

11/14/2008  
Blogger Joseph 1 said...

NUVEM
OLá

Quem é vivo sempre aparece.

Não é um daqueles poemas que me encantam, mas é uma prosa de encantar, com saudosismo ou não.
Como sempre, é uma prazer ler-te.
Amei.

Beijinhos ternos;-))**

11/16/2008  
Blogger Rain said...

As palavras são mesmo qualquer coisa de fantástico. Adorei.

11/16/2008  
Blogger borrowingme said...

olá.
há quanto tempo...
demorei a encontrar o teu cantinho.
tudo fixe?

continua maravilhoso!
bjs

11/17/2008  
Blogger APC said...

Talvez seja nas ausências que as presenças mais se fazem sentir..
Beijo-te

11/18/2008  
Blogger Melga do Porto said...

Começo por ler.
Respiro os odores.
Desfruto os sabores.
Depois escrevo.
Hoje não o farei!
Não quero ficar com os “lábios secos”…
E deixar de “sonhar”…
:-)

11/18/2008  
Blogger R. said...

Inércia.

(surge sempre sem darmos por ela)

11/20/2008  
Blogger Amor amor said...

Que bela forma de descrever a angústia que se sente por amar o suficiente para sofrer...

Beijocas doces cristalizadas!!! ;o)

11/22/2008  
Blogger Patrícia Mota said...

E que haja sempre um pouco mais de ar para te deixar terminar todos os poemas que ainda tens para escrever.

Lindissimo
*

11/24/2008  

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