Há qualquer coisa na textura deste dia, qualquer coisa de áspero, que magoa a pele. Há palavras a roçar-me os lábios e a deixá-los secos. Há um vazio peganhento dentro de mim, determinado a entranhar-se no meu coração. Há imagens do teu rosto reflectidas no silêncio. Há suspiros nossos pendurados nas bordas dos lençóis e pó das nossas noites em cima dos móveis do quarto. Há sonhos meus desfeitos no chão. Há uma lágrima que morreu sem sequer ter nascido. Há restos de perfeição no caos que deixaste atrás dos teus passos. Há ainda um pouco de ar, que respiro para poder acabar este poema.
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Há qualquer coisa na textura deste dia, qualquer coisa de áspero, que magoa a pele. Há palavras a roçar-me os lábios e a deixá-los secos. Há um vazio peganhento dentro de mim, determinado a entranhar-se no meu coração. Há imagens do teu rosto reflectidas no silêncio. Há suspiros nossos pendurados nas bordas dos lençóis e pó das nossas noites em cima dos móveis do quarto. Há sonhos meus desfeitos no chão. Há uma lágrima que morreu sem sequer ter nascido. Há restos de perfeição no caos que deixaste atrás dos teus passos. Há ainda um pouco de ar, que respiro para poder acabar este poema.
18 Comments:
Lindo. *
Adorei Nuvem. Como sempre.
Apesar de gostar muito de poesia, a prosa tem essa capacidade de me enredar e enfeitiçar mais ainda!
Beijinho. ***
Refeita da apneia?
Brilhante como sempre.
Jinhos
Perfeito.
Beijinhos
Uma ausência pode encher a nossa vida de pequenos nadas, que acabam por ser tudo, porque talvez só nos interesse o lado que nunca chegou a deixar-nos.
que lindo...
A poesia transborda das palavras... e rouba as minhas para d(escrever)!!!
MIl beijinhos
Que bela descrição!...Muito bonito.
Lindissimo.
Só tenho pena de chorar tanto.
um bjo
Como sempre perfeito! quem fica sem ar somos nós ao ler-Te.
:)
Há sempre esse restinho de ar: basta que o inspiremos como se fosse o último restinho e vivamos os momentos que o seguem como se acabassem com a expiração seguinte... ainda que venham muitos mais ciclos daí em diante!
NUVEM
OLá
Quem é vivo sempre aparece.
Não é um daqueles poemas que me encantam, mas é uma prosa de encantar, com saudosismo ou não.
Como sempre, é uma prazer ler-te.
Amei.
Beijinhos ternos;-))**
As palavras são mesmo qualquer coisa de fantástico. Adorei.
olá.
há quanto tempo...
demorei a encontrar o teu cantinho.
tudo fixe?
continua maravilhoso!
bjs
Talvez seja nas ausências que as presenças mais se fazem sentir..
Beijo-te
Começo por ler.
Respiro os odores.
Desfruto os sabores.
Depois escrevo.
Hoje não o farei!
Não quero ficar com os “lábios secos”…
E deixar de “sonhar”…
:-)
Inércia.
(surge sempre sem darmos por ela)
Que bela forma de descrever a angústia que se sente por amar o suficiente para sofrer...
Beijocas doces cristalizadas!!! ;o)
E que haja sempre um pouco mais de ar para te deixar terminar todos os poemas que ainda tens para escrever.
Lindissimo
*
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