sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Eu sei


Eu sei, meu amor,
Por enquanto,
Ainda temos as palavras,
E amamo-nos com elas,
E despimo-nos com elas,
E só porque ainda as temos,
Ferimo-nos com elas,
E então, cheios de frio,
Cobrimo-nos com elas,
E mais tarde, já exaustos,
Adormecemos com elas...

E depois meu amor,
Quando acabarem as palavras,
O que nos resta?

Um silêncio esmagador,
Que entra, sem pedir, por cada fresta...


Imagem retirada de http://olhares.aeiou.pt

15 Comments:

Blogger BlueVelvet said...

Olá querida,
fizéste-me lembrar " as palavras gastas".
Lindo o que escreveste.
Mas, talvez que acabando-se as palavras fique um silêncio cúmplice:)
Beijinhos

1/09/2009  
Anonymous Anónimo said...

Resta-nos o AMOR e a Admiraçao !...

Beijo , A.B.

1/09/2009  
Blogger PavlovDoorman said...

Nem todos os silêncios são maus e esmagadores Menina Utzi..
Mas olhando para o que a Menina escreve dá vontade de pedir para que nunca cale a sua Pena...

Beijinho

1/09/2009  
Blogger Satine said...

o silêncio.. que é a maior das armadilhas**

1/10/2009  
Blogger Donagata said...

Lindo!
As palavras não se esgotam, e a Nuvem é a prova disso.
Muitas vezes nós é que lhes esgotamos o sentido; esvaziamo-las, despojamo-las do seu conteúdo.

Mas também se ama sem palavras. O amor, preenche o silêncio...

Um beijo grande desta fungosa.

1/10/2009  
Blogger Amor amor said...

Nuvem linda, que saudade! Tenho andado meio desaparecida, hahaha, por conta do período de planejamento que a gente sempre acaba fazendo no princípio do ano. E também tirei o tempo livre pra olhar para o céu, e não fazer nada...mas estou voltando...

Querida, não acredito que as palavras findem. Pelo menos as suas não. E se as palavras, por um acaso acabarem mesmo, o silêncio produz um novo vocabulário secreto, os dias produzem um novo aroma, que também podemos chamar de palavras. Como a Bluevelvet falou, o silêncio não é sinal de fim, mas pode ser tb sinal de cumplicidade...
Interpreto, portanto, teu poema, como um raio discreto, porém, constante, de luz.

Beijocas doces cristalizadas!!! :o*

1/11/2009  
Anonymous Anónimo said...

Vir aqui só dar um olhar é um desespero. Na falta do tempo acaba por se ficar a ler, a reler, a relembrar... Fica aqui, eu volto sempre, de quando em vez ou todos os dias, como puder, mas sempre. Feliz 2009!

1/12/2009  
Anonymous Anónimo said...

Talvez reste um Amor capaz de reiventar tudo.

Reinventar palavras
Reinventar calor
Reinventar os céus
Reinventar

Reinventar

Palavras nascem. Palavras morrem. Mas o Amor pode perdurar, e esmagar o silêncio que esmaga.

Reinventar cada segundo como se nunca tivesse existido o segundo anterior.

Com palavras ou com silêncios.

Reinventar.

1/12/2009  
Blogger Unknown said...

o que resta... sem as palavras... é mesmo a inquietude do silêncio...

"Um silêncio esmagador,
Que entra, sem pedir, por cada fresta...
"

adorei, pela simplicidade que tao fascinantemente consegues transmitir!

beijo terno

1/12/2009  
Blogger OUTONO said...

O silêncio, é sempre um bom diálogo...

Perfeito!

Beijo.

1/12/2009  
Blogger Flor said...

Às vezes as palavras atrapalham e há silêncios tão cúmplices e bonitos de se escutar.
=)
beijo*

1/13/2009  
Blogger as velas ardem ate ao fim said...

O silencio nem sempre é mau.


um bjo munha querida

1/13/2009  
Blogger S. said...

Que bonito, como sempre :)

1/13/2009  
Blogger Mar Arável said...

Por vezes no silêncio

descobrimo-nos

com palavras

de corpo inteiro

1/14/2009  
Anonymous Anónimo said...

Há poemas que gostamos sempre mais que outros. Gosto muito deste poema. Melhor, gosto "mais" deste poema.

2/11/2009  

Enviar um comentário

<< Home