Os lugares que me deixaste
Deixaste-me esta cadeira vazia. Esta cadeira onde tantas vezes te sentaste. Hoje é apenas uma cadeira sem serventia, uma cadeira que tu usaste. Deixaste-me aquele pedaço de tapete, onde nos abraçámos e chorámos. Aquele pedaço de chão onde nos um dia nos amámos. Hoje é apenas um pedaço de chão que gastámos. Deixaste-me um quarto de paredes enrugadas. Um quarto onde o teu corpo nu era meu e toda eu era as tuas mãos suadas. Hoje não é mais do que quatro paredes pálidas de tão choradas. Deixaste-me aquele recanto. Aquele onde me sentava e via a água escorrer na tua imagem. Onde te contemplava como se fosses uma miragem. Hoje é um poiso do meu desencanto. Deixaste-me lugares cheios da tua ausência. Cheios de nada. Lugares onde a tua boca, que hoje me matou, ficará para sempre por mim beijada.
Foto retirada de http://olhares.aeiou.pt
Foto retirada de http://olhares.aeiou.pt
Etiquetas: Escrito a 27 de Janeiro de 2009
14 Comments:
Mais uma vez a nostalgia, os vazios e as ausências se misturam numa dança lenta de palavras lindas. ***
Triste, bonito, bem elaborado...
Gostei!!!
Aliás, como gosto sempre. =)
Beijinho*
P.S. E depois eu é que escrevo coisas tristes... ok ok... ;)
Aquele comentário de sempre:
Brutal!
Quem deixou, deixou-nos tudo o que deixou. Tudo isso estará sempre ali. É uma marca de água da vida. Leve. Que fica.
Cláudia, mais uma vez o amor... É ele que inspira todas as palavras que sabem dançar, não é? Beijinhos
Alias, gosto desse bonequinho que tens como imagem, bem escolhido. Beijo
Lorenzo, o meu agradecimento de sempre. Gostei dessa imagem de marca de água da vida... Muito bonita. Beijo
Nuvem, que bonito! Porque será que as palavras nos escorrem mais fluídas com as lágrimas?
Não é exactamente o seu caso em que estas "parecem" sempre estar no sítio certo.
Contudo, estas, belíssimas como sempre, parecem ter apenas jorrado em fio de uma torneira...
Donagata, em fio de uma torneira... ou mais em noite de inundação. Um beijinho muito especial *
Fica a memória em palavras
até ser outro dia
num texto que respira
em chuva
purificada
até o chão se tornar
caminho
outro rio
Mar Arável, até...
Ai o livro que não sai...
Lindissima a tua prosa!!
beijinho
Permite-me que faça um sugestão: porque não retiras a verificação de letras dos teus comentários!?
Tornará o acto de comentar bem mais facil para que quer comentar-te!
beijo
Susana, ai que tá quase quase quase :) Beijinhos, linda *
Pearl, muito obrigada. Em relação à verificação de letras, evita o spam, mal do qual já sofri e não tenho vontade de me lembrar :) Beijo
inebriante...
Carpedieminloveman, muito obrigada.
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