No avesso do poema
No avesso do poema há a noite.
A noite nos meus olhos,
nas palavras, no papel.
No avesso do poema não há lua,
e as estrelas não têm voz.
Há silêncio. Um silêncio doloroso,
como o rosto agonizante do céu
a afundar-se na escuridão.
No avesso do poema há a morte,
com dentes afiados,
a rasgar-me o coração.
A noite nos meus olhos,
nas palavras, no papel.
No avesso do poema não há lua,
e as estrelas não têm voz.
Há silêncio. Um silêncio doloroso,
como o rosto agonizante do céu
a afundar-se na escuridão.
No avesso do poema há a morte,
com dentes afiados,
a rasgar-me o coração.
Imagem retirada de http://luziandrohertel.spaceblog.com.br
18 Comments:
uma analogia muito bem construida . gostei .
porque é que o avesso é sempre o meu da fita ?
Soggycheme, obrigada :) Beijos
Francis, o teu da fita? Não sei... mas se é teu, tu é que devias saber... :p Beijos
Poderoso e sombrio!!!
Como a putty goooooosta! :)
beijo meu
Putty, sempre bom agradar a felinos de paladar tão requintado :) Beijinhos
Very dark. But I like it. This is the other side of the coin...
Na essência do poema há o dia,
que amanhece num mero olhar,
com as incertezas de quem não se fia,
na certeza do amar.
Na essência do poema há uma lua,
ela nunca para de brilhar.
Pode não ser minha ou tua,
mas é de quem sente ao luar.
Na essência do poema há a vida,
que não avisa ao passar.
Pode ser uma ideia descabida,
mas só vivemos para sonhar.
Alessandro, obrigada pelo simpático comentário e pelo poema. Beijos
Li o teu poema e inspirou me :) Obrigado eu.
Bjs
Não deixa de me surpreender. Nunca tinha pensado na beleza que se pode esconder na escuridão do avesso de um poema. Em boa verdade nunca tinha pensado que o poema tivesse um avesso...
Oh... até fico sem palavras... Obrigada e um beijo daqueles meloso-pegajosos :)
o poema são as cuecas do grande cú que é a realidade.O avesso do poema
carrega o selo.E, helas, ele só depende do que comermos.
Alien Taco, também é um ponto de vista (sem duplos sentidos)... Ainda que ande mais escondido pelas calças, o que dificultará eventualmente a sua compreensão, mas é. Confesso é que comparar o poema a um par de cuecas com "selo" me parece pouco poético, já para não dizer pouco higiénico. É que papel é papel, mas cada um com a sua função, não?
então agora descrimina-se o papel,não é?De função a classificação e posterior hierarquia.O problema da poesi8(NÃO TODA) É ter muitO DE poético e ser de alguma forma DEMASIADO LIMPA.
Pois... amiga!
Mas mesmo assim escreveu (e bem)
um poema!
Bjs
Já há muito que não lia algo teu tao proximo de mim.
adorei este
Vieira Calado, ainda bem que lhe agradou, fico feliz por saber. Beijos
Edu, obrigada... :) Beijos
e até no avesso o escreves
um beijo e obrigada
pin gente, um beijo também para ti :)
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