domingo, 28 de novembro de 2010

Bela Adormecida

A mão do tempo pousou nos teus olhos
e por momentos deixaste-te dormir.
Talvez não saibas a morada da eternidade
onde te perdeste em desejos de menina,
em lágrimas de saudade de viver.
Talvez não saibas o caminho de volta,
ou os teus passos se afundem sempre
nas memórias do que nunca chegou a ser.

A mão do tempo pesa-te no rosto,
faz dos dias, meses e dos meses anos,
e já não sabes quanto caminhaste
para chegar a lado nenhum.
O mundo que vês gira em torno de nada,
o céu ficou preso nas tuas pálpebras,
conchas fechadas de nuvens escuras
que hoje te impedem de ser acordada.

Quanto tempo mais dormirás,
Bela Adormecida,
quantos castelos não farás
com os sonhos que não sonhas
na tua própria vida...