Tem sonhos bonitos, meu amor
É em noites como esta que o tempo parece suster a respiração. E tudo é silêncio. As paredes do quarto, mais brancas que nunca, folhas onde vejo escritas palavras nossas. Lembras-te das rosas, aquelas que me deste uma vez? Guardei algumas das pétalas naquele caderno onde escrevia os teus olhos enquanto dormias. Contam tão pouco, as pétalas, sobre o tanto que foi uma flor, um beijo, dois corpos unidos ao som de uma bela canção... Lá fora a cidade também é silêncio. E só consigo pensar na tua voz a dizer-me adeus ou amo-te ou adeus. A tua voz a dizer-me. É em noites como esta, quando o tempo sustem a respiração e tudo é silêncio, só silêncio e a tua voz, e à minha volta as paredes as palavras, e nas minhas mãos as pétalas daquelas rosas e ainda as tuas mãos, sempre as tuas mãos, é em noites como esta que te sinto mais perto. Que quase consigo abraçar-te. Fecho os olhos e afago-te os cabelos. E enquanto o tempo o ar se esgotam nos meus lábios, a minha voz a dizer-te "tem sonhos bonitos, meu amor". A minha voz a dizer-te.
4 Comments:
Belo texto!
...um correr de escrita, de braços abertos no abraço, que nunca mais acontece no parágrafo do amor.
Há noites, assim, onde gritamos silêncios e, ouvimos apenas ecos interiores, como silvos gotejantes de desideratos...
Há noites...em que a nossa voz é um simples olhar.
Beijo
É no silêncio das noites solitárias que falo contigo. Que te sinto e toco. Que vejo os teus olhos e o teu sorriso.
É no silêncio das noites solitárias que te abraço. Que passeio pelo teu corpo. Que te sinto a pessear no meu.
É no silêncio das noites solitárias que continuo a amar-te. Como se fosse, sempre, a última vez...
Voei, Ruth. Desculpa.
Beijo.
Obrigada pelas vossas palavras... é muito bom encontrar-vos sempre aqui.
Beijos
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