Havia flores
Havia flores. Eu sei que havia flores,
embora tu não conseguisses vê-las.
Talvez porque a minha boca te cegava.
Ou seriam os teus olhos as flores que
recordo abertas nos meus. Havia luz
nas estrelas distantes e as tuas mãos
reflectiam-na como se fosse sol. Talvez
porque a noite era tão funda, quase
conseguíamos perceber a cor do dia.
Ou seriam as palavras que recordo fundas
no poema que a minha voz já não te lê.
As palavras, oceanos onde nadámos nus.
Onde nos afogámos. Onde ninguém se
lembrará de procurar os nossos corpos.
Talvez as marés tragam à costa as flores
que eu recordo. Talvez ao menos elas
tenham sobrevivido e falem de nós.
Havia flores. Eu sei que as havia.
embora tu não conseguisses vê-las.
Talvez porque a minha boca te cegava.
Ou seriam os teus olhos as flores que
recordo abertas nos meus. Havia luz
nas estrelas distantes e as tuas mãos
reflectiam-na como se fosse sol. Talvez
porque a noite era tão funda, quase
conseguíamos perceber a cor do dia.
Ou seriam as palavras que recordo fundas
no poema que a minha voz já não te lê.
As palavras, oceanos onde nadámos nus.
Onde nos afogámos. Onde ninguém se
lembrará de procurar os nossos corpos.
Talvez as marés tragam à costa as flores
que eu recordo. Talvez ao menos elas
tenham sobrevivido e falem de nós.
Havia flores. Eu sei que as havia.
2 Comments:
Tão belo, mas tão belo!
Beijo.
Obrigada, querida Maria... Um beijo grande.
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