Uma zanga de apaixonados
Há noites em que o poema se zanga comigo.
Vira-me as costas e corre para outra divisão
da casa, só para estar longe de mim.
Eu bem tento conversar, pedir-lhe perdão
por não lhe ter dado mais atenção durante o
dia, mas ele, amante de orgulho ferido, não
perdoa. Diz-me que tenho que o merecer.
Que o amor precisa de amor. Que tenho
que lutar por ele. Então, desembainho a
minha caneta e, contra todas as sombras dos
corredores que nos separam, arrombo a
porta do quarto onde ele se esconde, luto
até de madrugada por conseguir um beijo dele.
Depois disso ele cede sempre, e eu escrevo-o
louca e desvairadamente, como se nada mais
existisse, como se fossemos um só,
como se nunca pudéssemos ter sido dois.
No fim, enlaçados e exaustos, vemos o
sol nascer no papel.
Não há versos de amor como os que se
fazem depois de uma boa zanga.
Vira-me as costas e corre para outra divisão
da casa, só para estar longe de mim.
Eu bem tento conversar, pedir-lhe perdão
por não lhe ter dado mais atenção durante o
dia, mas ele, amante de orgulho ferido, não
perdoa. Diz-me que tenho que o merecer.
Que o amor precisa de amor. Que tenho
que lutar por ele. Então, desembainho a
minha caneta e, contra todas as sombras dos
corredores que nos separam, arrombo a
porta do quarto onde ele se esconde, luto
até de madrugada por conseguir um beijo dele.
Depois disso ele cede sempre, e eu escrevo-o
louca e desvairadamente, como se nada mais
existisse, como se fossemos um só,
como se nunca pudéssemos ter sido dois.
No fim, enlaçados e exaustos, vemos o
sol nascer no papel.
Não há versos de amor como os que se
fazem depois de uma boa zanga.
2 Comments:
E se o poema um dia te diz "não te estiques"...
Gostei dessa 'luta'!
Beijo.
Corro sempre esse risco, mas quem não os corre por amor? :) Um beijo, Maria.
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