domingo, 28 de junho de 2015

Faz do poema a tua casa

Faz do poema a tua casa,
podes entrar e sentar-te no
verso mais confortável, beber
um copo de vinho, ouvir um
pouco de jazz. Podes pensar
na vida e no amor e em todas
as coisas impensáveis lá fora
porque o barulho do mundo
ensurdece as ideias e cansa o
coração, faz murchar as flores.
Podes chorar. Ou rir. Ninguém
pode ver o que acontece dentro
do poema, dentro da tua casa,
dentro de ti. Podes até ser
feliz. Ou perfeitamente miserável.
Ou ambas as coisas. Há flores
a abrir as pétalas no teu coração.
A vida e o amor. O sonho.
Todo o tempo te pertence.
Não tenhas pressa.

Na tua casa, és tu quem decide a
hora de apagar a luz à
última palavra.