segunda-feira, 1 de junho de 2015

O amor e os frutos

Já decidi. Vou escrever-te
uma carta de amor.
Já tenho o papel em tom de
pêssego e de toque aveludado,
a caneta de tinta permanente,
o sol cor-de-laranja a florir
sombras na sala,
e os frutos de Eugénio num
cesto, pousado em cima da
mesa.

Já decidi. Vou escrever-te
uma carta de amor
e esperar que a encontres,
aqui deixada ao sol,
amadurecendo,
pacientemente à tua espera,
impregnando a casa com o
doce aroma das
tangerinas.