segunda-feira, 20 de julho de 2015

Tão inúteis são as horas

Tão inúteis são as horas que não sei
se teremos ainda tempo de regressar

mesmo há pouco a tua voz já longe
desfeita nos meus lábios e depois
agora mesmo
o silêncio o sabor a ferrugem
a superfície rugosa dos dias
que afinal
sempre foram ontem que afinal
sempre foram inúteis

o futuro é uma fortaleza guardada
por um exército invisível
de mãos punhos fechados
onde se esmagam palavras onde
já não corre o vento

mesmo há pouco a tua voz tão perto
e depois longe tão longe e agora
agora mesmo
por detrás deste momento