quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

A poesia desistiu de mim

A poesia desistiu de mim.
Fez as malas com todas as
palavras e saiu assim, sem
sequer se despedir,
fechou a porta do meu coração
com força (talvez sem querer,
talvez para sempre)
prometendo não voltar.

Ainda gritou qualquer coisa do
lado de fora (talvez um verso,
talvez um adeus) que eu
já não quis ouvir.

Nunca gostei de coisas últimas
(talvez este poema).

Sei bem que tudo o que amo, um dia tem que partir.

3 Comments:

Blogger Luis said...

não partem, navegam


(sempre gostei do que escreves)

12/03/2015  
Blogger ruth ministro said...

Obrigada, Luís, pela leitura e pelas palavras.

12/03/2015  
Blogger Jaime Portela said...

Não parece nada que a poesia tenha desistido de si, porque este poema é excelente.
Embora tudo o que é bom possa não durar para sempre...
Continuação de uma boa semana.
Um abraço.

12/09/2015  

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